“Se conselho fosse bom…”
Quem é que estamos enganando com esse ditado? Sempre acreditei que compartilhar é a chave para o sucesso das pessoas, e não é à toa que hoje temos tantos profissionais incríveis dispostos a transmitir seus conhecimentos. Bom, conselhos podem sim ser prejudiciais, porque nem tudo que funciona para mim pode servir para você – MAS, PORÉM, ENTRETANTO, duvido que você saia deste artigo sem aprender ou levar para sua vida algo prático, aplicável no dia seguinte, e que seja um bom conselho profissional. Aceita o desafio ?
O bom e velho networking fez os meus caminhos se cruzarem com os da Raquel Henriques – Gerente de RH de uma multinacional. E como resultado, a história dessa grande profissional acabou indo parar no meu livro, SuperAção, onde associo sua trajetória ao “c” de Coragem dos oito Cs da liderança (que são as características encontradas em líderes bem sucedidos). Pois bem, papo vai, papo vem, entramos no assunto “liderança e nova geração”. Eis que a Raquel encontrou diversos obstáculos em sua vida para chegar onde está, e sua trajetória é marcada por uma coisa extremamente importante para o mercado de trabalho atual: o autoconhecimento.
Quando a questionei sobre os principais desafios ao liderar equipes ao longo de sua vida, ela respondeu: “Acho que o maior deles é entendermos que as pessoas são únicas. Muitas vezes, até pela nossa vontade de acertar, acabamos atropelando as coisas. Teve uma situação que eu não estava conseguindo liderar minha equipe e conduzi-los bem, então percebi que tinha algo errado. O que eu fiz? Fui entender o que estava acontecendo e descobri o DISC. Busquei o autoconhecimento e, como resultado, entendi que eu era a única D liderando vários I e C.”
Um dos conselhos que compartilho com a Raquel é: cada pessoa tem sua individualidade e nós, como líderes, precisamos respeitar e conseguir nos conectar com a capacidade que cada um possui.
Você já deve ter visto que pesquisas de diferentes frentes apontam que as grandes lideranças são reconhecidas pela empatia e colaboração, e outras mostram que as habilidades interpessoais, como comunicação eficaz, resolução de conflitos e capacidade de inspirar, também estão entre as competências necessárias para liderar times e fazer a gestão de pessoas. A Raquel completou a narrativa da sua situação trazendo um exemplo do que ela fez para “se aproximar” ainda mais de sua equipe: “Percebi que meu time gostava de se reunir, de criar momentos de interação, então eu aprendi a fazer bolo e nos aniversários estávamos lá comemorando. Isso fez com que todos ficassem mais próximos e acredito que esse seja um diferencial para os líderes, perceber o que funciona para sua equipe e fazer! Os resultados tendem a vir com mais facilidade. Eu brinco que o teste DISC não é magia, é psicologia. Ele ajudou no meu autoconhecimento e no da minha equipe.”
E aqui podemos analisar uma das grandes sacadas que todo líder precisa ter: ajustar as estratégias. O mercado tem se transformado, e é fundamental que as lideranças sejam adaptáveis a diversas situações. E isso requer um olhar mais aguçado, uma avaliação realista da empresa X time X prática. A nova edição da Pesquisa Panorama Liderança 2024 destaca que, para os entrevistados, as principais características que devem compor o perfil de liderança ideal são: liderança inspiradora (63%), Pensamento Estratégico (61%) e Inteligência Emocional (61%). E a principal habilidade que deve ser desenvolvida por líderes é a de gerenciar e motivar equipes.
Mas como desenvolver?
Inteligência Emocional
Antes de mergulharmos em tentar entender como nos tornar líderes bem-sucedidos, vale a pena refletir: o que compõe a essência das pessoas? Emoções, certo? Está aí o motivo de um líder precisar ter Inteligência Emocional, sem dados, sem pesquisa, apenas uma breve reflexão. Você lida com pessoas e pessoas são feitas de emoções, por isso, é fundamental saber lidar com o combo todo. E o melhor de tudo é: inteligência emocional pode ser aprendida!
Você já deve ter percebido que as novas gerações estão dominando o mercado, e são profissionais que escolhem como, quando e onde trabalhar. Ser um líder empático, compassivo, com foco no bem-estar de sua equipe, pode não só atrair novos talentos como mantê-los em seu time. Um estudo da Gallup apontou que a confiança é o traço de liderança número um que os colaboradores buscam. Para completar a informação, uma pesquisa feita pela DDI – Development Dimensions International, aponta que os funcionários têm 5,3 vezes mais probabilidade de confiar em seus líderes se eles (de bom grado) mostrarem regularmente seus lados vulneráveis. Além disso, os que demonstraram genuinamente suas deficiências têm 7,5 vezes mais probabilidade de manter a confiança dos seus colaboradores.
E agora, como desenvolver essa habilidade de ouro?
- Entenda seus sentimentos: compreenda os gatilhos que te levam a ter determinadas emoções e busque entender quais os padrões que não são benéficos e as atitudes autodestrutivas.
- Desenvolva sua autoconfiança: eliminando suas opiniões negativas sobre si mesmo.
- Pratique a empatia: isso requer que você se coloque no lugar do outro.
- Tenha uma comunicação clara: evite ruídos, para evitar erros na comunicação.
- Saiba receber críticas: elas servem para consertar os erros ou melhorar algo que já está bom. O feedback precisa ser construtivo.
Conselhos para a Nova Geração
Quando a empresa em que a Raquel trabalha atualmente veio para o Brasil, ela foi a primeira colaboradora a ser contratada no país. Ela conta que, quando recebeu a proposta de trabalho, não tinha nenhuma segurança de que iria dar certo (nem o projeto, nem onde seria a fábrica, nem mesmo o cargo que assumiria), mas, fazendo jus ao “C” de Coragem dos 8Cs da Liderança, a Head de RH assumiu o desafio!
Detalhe: Raquel não falava inglês.
A lição que tiramos dessa história é: tenha coragem para seguir seus sonhos. Raquel está há 11 anos à frente de uma multinacional, e começou sem saber falar o inglês tão requisitado – mas correu atrás e aprendeu. Antes de ingressar na multinacional, ela atuava há 12 anos em uma outra empresa, assumindo uma posição confortável no mercado de trabalho, mas ela percebeu que precisava ser desafiada e saiu de sua zona de conforto.
A profissional que hoje se destaca em várias frentes, dando palestras e compartilhando seus conhecimentos, teve uma infância desafiadora, e compartilha um conselho poderoso: “Quando você nasce em uma família pobre, o maior valor que seus pais passam para você é a honestidade e a educação como caminho para você ser alguém na vida. A minha realidade mostrava que chegar a uma faculdade pública era mais difícil, e em uma particular era impossível. A recomendação que dou para os jovens que tenham nascido em uma situação de vulnerabilidade é que sonhem. Que acreditem que podem alcançar seus objetivos. É mais difícil? É. São seis ônibus por dia para você trabalhar, estudar e ir para casa? Sim. Mas, apesar de ser mais difícil, é a honestidade, o trabalho duro e a dedicação que vão te levar para onde você quiser chegar.”
Trabalho duro, dedicação e honestidade são características que formam líderes bem-sucedidos. Os dados apontam que as pessoas querem ser lideradas por profissionais admiráveis. Esse é um bom caminho a se seguir, concorda?
Finalizo este artigo reflexivo sobre o futuro e muito otimista com a nova geração de líderes. E se me permitem, um último conselho: dominem a tecnologia.
A tecnologia está moldando o futuro do trabalho e transformando as habilidades necessárias para liderança. A capacidade de integrar competências humanas com avanços tecnológicos será essencial para os líderes da nova geração, garantindo não apenas a eficiência, mas também a inovação e a adaptação em um mundo de constante mudança.
Já ficou sabendo sobre o livro SuperAção? Nele, você confere a história completa de vida da Raquel Henriques e de muitos outros líderes bem-sucedidos do mercado, além de mais outros conselhos para a nova geração. Se quiser adquirir o exemplar, acesse o link.
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