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Marcelo de Abreu

Empresário, escritor e palestrante. Especialista em gestão de pessoas e liderança.

Fadiga de decisão: inimigo silencioso que pode colapsar lideranças

Quantas decisões você já tomou hoje antes mesmo de chegar ao trabalho? Roupas, trânsito, reuniões, prazos. Agora imagine um gestor ou líder de RH, responsável por escolhas que impactam centenas de pessoas. Todos os dias empilhando reunião sobre reunião, respondendo e-mails, tomando decisões pequenas e grandes… até chegar ao fim do dia exausto, sem saber por que está cansado, se nem saiu da cadeira.

É aqui que a fadiga de decisão se instala, silenciosa, mas perigosa.

Segundo a ciência, o cérebro pesa só 2% do corpo, mas consome até 25% da nossa energia. A consequência disso é que quando ele é forçado a escolher incessantemente, esgota recursos e nossas escolhas ficam piores.

Para líderes de RH e gestores, o impacto é claro: decisões ruins sobre contratação, clima organizacional ou tecnológica afetam processos e a vida das pessoas que constroem a empresa.

Quanto isso pesa (de verdade)?

Segundo a McKinsey, executivos gastam quase 40% do seu tempo tomando decisões, e boa parte desse período é mal utilizado. Esse desgaste não é só pessoal, é prejudicial à saúde: ele custa caro. Empresas da Fortune 500 perdem o equivalente a US$ 250 milhões por ano em dias improdutivos de gestores.

E não para aí. CFOs hoje lidam com sobrecarga de dados e medo de errar, o que leva ao famoso “analysis paralysis” (adiamento de decisões). O resultado? Decisões críticas atrasam, a empresa perde terreno e a capacidade de inovar despenca.

Por que isso acontece?

Tomamos milhares de decisões todos os dias, indo desde a roupa que vamos usar no trabalho, passando pelo que vamos comer no almoço e chegando a qual será o próximo grande passo do negócio. O que não percebemos é que o excesso de escolhas esgota nossa energia mental e prejudica o autocontrole, e a falta de clareza no processo decisório (quem decide o quê e quando) retroalimenta o problema.

Como reverter (e liderar com clareza)

✅ Seja o piloto mais esperto do seu dia Agende as decisões estratégicas para a parte da manhã – quando a mente está fresca, e deixe as tarefas operacionais para depois.

✅ Defina papéis e categorias claras Um dos meus métodos favoritos é classificar decisões em “big bets”, “cross-cutting” e “delegadas”, aplicando processos claros e delegando quando possível.

✅ Menos dados não significa menos clareza, mas sim agilidade CFOs podem gastar tanto tempo analisando que perdem o momento certo de agir. Saber quando parar é vital.

✅ Crie pausas de recarga Até juízes aplicam leis de forma diferente conforme a hora do dia. Afinal, decisões caem em qualidade se não houver intervalos. Pausas curtas restauram o foco e vão te ajudar a manter sua mente mais ágil por mais tempo.

Aplicação prática para líderes de RH

👉 Audite seu dia: quais decisões você tomou? Quando errou ou procrastinou?

👉 Implemente time-blocking: blocos claros de decisões estratégicas vs. operacionais.

👉 Empodere sua equipe: delegue mais. Líder não é absolutista, é maestro.

👉 Simplifique processos: padronize decisões repetitivas com guidelines.

Lembre-se: o líder que não gerencia sua própria energia decisória se torna vítima da fadiga, ficando incapaz de assumir sua função. Tecnologia sem liderança consciente não transforma nada. Como sempre digo: “O futuro não é tecnológico. O futuro é humano potencializado pela tecnologia.”

E você, já desenvolveu seu próprio sistema para liderar decisões com clareza e inspiração?

minicurriculo marcelo de abreu

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Logo Marcelo de Abreu. Palestrante, escritor e empresário, especialista em Gestão de Pessoas e Liderança.
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