Algumas perguntas nos fazem refletir. No Dia do Estagiário, estive com 180 jovens em uma call. O clima era descontraído, mas resultou em uma reflexão profunda da minha parte: voltei no tempo, lembrei do início da minha caminhada e percebi que certos conselhos valem para qualquer profissional — não apenas para quem está começando a construir o próprio legado.
Me perguntaram o que era preciso para ter uma carreira profissional bem consolidada. Minha resposta foi simples: é preciso amar o que se faz. E não da boca pra fora. É enxergar valor no próprio esforço. Fazer porque entende que é bom no que faz e buscar ser melhor sempre — por você mesmo, para provar do que é capaz.
Para isso, eu aconselho não apenas o estagiário, mas também o profissional com anos de carreira: estude. Reserve pelo menos 1 hora por dia para aprender. Não se acomode. Tenha consciência de que aprender nunca é demais.
Na minha vez de ser estagiário, nem passava pela minha cabeça o quanto a tecnologia iria dominar áreas e processos como domina hoje. Me questionaram o que eu diria para o meu “eu estagiário” do passado. Na hora, respondi que nada. Mas pensando bem, entrando em uma cápsula do tempo, eu voltaria lá atrás e — após uma boa risada — diria: “Espera, Marcelo. Você vai se surpreender com o que vem pela frente…”
Quando foi que começamos a refletir se a IA iria nos substituir? Não lembro. Mas tenho certeza de uma coisa: aos profissionais que estão entrando no mercado agora, dominar a tecnologia é essencial.
O questionamento certo não é se a tecnologia vai nos substituir. É: quem domina a tecnologia vai substituir o profissional que não domina.
Uma pesquisa da Gartner comprova isso: até 2026, 80% das empresas vão adotar IA em seus processos. Agora imagine: precisamos mesmo falar isso para a geração que nasceu sabendo mexer em um celular?
Entre outros conselhos que eu daria a mim mesmo no passado, mas tive o prazer de poder dar aos 180 profissionais presentes na reunião, foram:
- Faça serviço voluntário – saia da sua bolha, viva novas experiências, tenha oportunidades que farão de você uma pessoa “diferente”. Experimente fazer algo sem pensar no que você terá em troca.
- Tenha hobbies – conheço profissionais maduros que não sabem o que é desligar a mente e se permitir viver algo fora do horário de trabalho. Isso é essencial para saúde mental, física e, com certeza, para encarar a segunda-feira de uma forma mais leve.
- Atenção à autossabotagem – esse último conselho é o mais importante. Não limite seu potencial pensando que não é capaz, que não está pronto ou que alguém é melhor do que você. Todos enfrentamos dúvidas e inseguranças, mas a diferença está em quem segue apesar delas. A autossabotagem faz você acreditar que não merece as oportunidades. O mercado, no entanto, recompensa quem acredita em si, quem persevera e quem não tem medo de aprender todos os dias.
E aqui entra algo pessoal da minha trajetória: crescer em uma empresa familiar exige provar-se ainda mais. Durante muito tempo me perguntei se estava preparado para assumir a presidência da Employer, se realmente merecia estar onde estava. O maior desafio não foi substituir meu pai, mas dar continuidade ao legado dele — e isso só é possível quando você acredita em si mesmo e se dedica com propósito.
Seja você estagiário ou executivo, o conselho é parecido: estude, busque experiências que ampliem sua visão de mundo e não se sabote no caminho. Uma carreira sólida se constrói com aprendizado constante e muito esforço.
Por fim, o Dia do Estagiário não foi apenas sobre estágio. Foi sobre carreira, propósito e futuro. Lições que servem para todos nós.
E você? Qual conselho daria para o seu eu estagiário?

