“O que te faz ser um bom gestor?”
A pergunta de um milhão, com certeza.
Ao meu ver, ser um bom gestor de equipe não é seguir uma receita pronta, nem seria possível, porque ela simplesmente não existe. Entendo que o que funciona para você, pode não funcionar para mim, pois cada time e cada colaborador contém características únicas. A verdade é que há caminhos que nos levam para se tornar profissionais melhores. E é sobre isso que falaremos neste artigo.
Quando você pesquisa sobre liderança e gestão de pessoas, você certamente lê que para ser um bom líder/gestor, é preciso dar o exemplo, certo? Ser empático, dar voz às pessoas e muitos outros atributos que tornam você um profissional mais humano, mas percebo que pouco se fala da criatividade. Aquela capaz de resolver um problema com uma solução simples e fácil de ser aplicada.
Essa é uma característica que reconheço em um bom líder, nesse caso, chamado Alessandro Czarnieski, responsável por gerenciar equipes de sucesso em uma grande cooperativa do Brasil. Entre prazos para cumprir, decisões importantes para se tomar, prestar contas das atividades realizadas e lidar com pessoas, Alessandro tem se preocupado também em se tornar um exemplo.
“Comecei minha carreira como auxiliar de serviços gerais, como trabalhador temporário. E eu digo que essa oportunidade me fez ser quem sou hoje. Depois de 23 anos dentro no agronegócio, eu acho que a criatividade é fundamental para você ver os obstáculos e gerar oportunidades em cima deles. Mas não é só isso, vejo que é preciso disponibilizar tempo para ouvir as pessoas. Olhar para os seus colaboradores e enxergar que cada um tem seus sonhos particulares, que estão em busca de realizações pessoais e assim como você, eles também querem algo maior para eles. Minha dica principal seria “preste atenção nas pessoas ao seu redor.”
Alessandro também destaca a importância de cada colaborador da empresa; a pessoa que faz o café, a que se preocupa com a limpeza dos ambientes e as de “chão de fábrica”. Todos eles fazem o todo acontecer. “Acho muito importante começarmos em qualquer cargo dentro de uma organização, e se a oportunidade surgir, não pensar duas vezes em agarrá-la. No meu caso, eu tive essa vivência. Pude passar pela maioria das funções dentro das organizações e uso isso como motivação com as pessoas que tenho contato.”
Mas não é só isso. Refletimos muito sobre quais os aspectos formariam um bom líder na atualidade e chegamos às seguintes conclusões:
- Gestão do silêncio
Você já deve ter ouvido a frase “fale menos e ouça mais”. Mas já pensou em aplicar isso na liderança? Um bom gestor sabe a hora de ficar em silêncio para dar espaço para a equipe refletir, criar e resolver problemas por conta própria. O silêncio pode ser uma estratégia para permitir o crescimento de seus colaboradores, sem a necessidade constante de intervenção.
- Domínio da narrativa
Se você me acompanha há um tempo, pode perceber que sempre trago algumas experiências sobre as minhas vivências. Isso faz com que criemos uma conexão, afinal, é isso que eu quero – trazer as pessoas para perto de mim e gerar uma troca. Vejo que a capacidade de contar histórias e criar narrativas pode ser um diferencial poderoso na hora de inspirar um colaborador. Isso é uma tática incrível que envolve trabalho diário a um propósito maior.
(Lembre que o ponto chave desse texto é a criatividade, ok?)
- Decodifique emoções
(Esse conselho é nível hard!) Não basta ser só empático, muito menos dar atenção às pessoas. É preciso decodificar emoções. Por isso, empatia e olhar atento são tão importantes. É o combo! O que faz um bom gestor é atender as nuances emocionais da equipe e usar esse entendimento para gerar decisões mais assertivas, seja na distribuição de tarefas, resolução de conflitos ou na motivação individual. Imagine perceber que um membro da equipe está desmotivado, mas o motivo não é o trabalho e sim um problema pessoal. Um gestor que decodifica essas emoções pode oferecer suporte ou ajustes que farão uma diferença significativa.
- Adaptabilidade da gestão
No início do texto falei que uma boa gestão não tem receita e não tem fórmula. E nesse tópico posso comprovar a ideia. A adaptabilidade da gestão é a capacidade de mudar rapidamente o estilo de gerir pessoas conforme suas necessidades e do momento. Um gestor/líder tende a liderar pessoas de várias idades, especialmente os Millennials e a Geração Z, que estão dominando o mercado de trabalho. E, especificamente sobre esses profissionais, é indispensável sabermos eles buscam autenticidade e propósito em suas carreiras. Eles não querem apenas ouvir sobre ética, transparência ou inovação; eles querem ver isso em ação, dia após dia. Por outro lado, você precisa atender os profissionais que precisam dessa abordagem para se sentirem seguros. E qual seria o caminho para realizar essa flexibilidade e dinâmica? Com feedbacks, atualizações do mercado e circunstâncias. Um exemplo disso pode ser a necessidade de mudar a comunicação interna para que se adeque a forma como as novas gerações consomem informação: rápida, direta e visualmente atrativa.
- Desenvolver outros gestores/líderes
Um bom gestor compartilha o que sabe com os outros, portanto, ele desenvolve outros gestores e líderes. Isso vai além de delegar tarefas, refere-se ao empoderamento de outras pessoas, dando a chance delas assumirem responsabilidades e se tornarem autênticas.
- Não tenha a resposta para tudo!
Bons gestores não assumem que sabem a resposta para todas as perguntas, pelo contrário, assumem que VÃO EM BUSCA DA RESPOSTA. Se mostrar vulnerável não tem problema algum, apenas dá espaço para outras da equipe fazerem o mesmo. (Não sei, mas vou procurar a resposta! 😉)
Eu tenho certeza que você tem um grande e bom conselho para formar gestores bem-sucedidos, líderes de equipe e profissionais incríveis. Que tal compartilhar comigo e unir a reflexão que tive com o Alessandro?
Antes de finalizar esse texto, gostaria de adicionar uma ideia.
Liderar vai muito além de dar o exemplo e oferecer feedbacks. É compreender que o silêncio é tão poderoso quanto as palavras, entender que as narrativas conectam, envolvem e se assemelham com o próximo, e ainda fazem diminuir o espaço entre os propósitos de vida. Que é libertador mostrar-se seu lado humano, e que formar o próximo é, sem dúvidas, a melhor recompensa de quem assume a responsabilidade de gerir e liderar pessoas.
Portanto, sem cartilhas, sem receitas prontas e sem fórmulas mágicas.
Nós somos líderes porque estamos dispostos a aprender e a crescer JUNTOS de nossa equipe.